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31-07 - Bate-papo com o Dentista: Bruxismo e dentes quebrados praticamente dobraram após pandemia

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O segmento de implantes dentários vivencia um crescimento histórico. O boom é explicado, em grande parte, pelo maior estresse e ansiedade causados pelo novo coronavírus que, praticamente, dobrou os casos de bruxismo e dentes quebrados. O fenômeno foi relatado por cirurgiões-dentistas de todo o mundo e noticiado pelo jornal americano The New York Times, em 2020. Em mais uma edição do Bate-papo com o Dentista, o Dr Rodrigo Calegario falou mais sobre o assunto e esclareceu as principais dúvidas sobre implantes. 

Qual é a diferença entre prótese e implante?
Dr Rodrigo Calegario: Ambos são ótimas formas de resolver ausência dentária, sendo recomendados dependendo de cada caso em específico. Tanto a prótese quanto o implante têm o objetivo básico de fazer a reposição de um ou mais dentes perdidos.  

O implante visa substituir a raiz do dente, para repor os elementos perdidos. Para isso, parafusos de implante são cirurgicamente instalados na região maxilar, de modo a garantir a fixação dos dentes (alguns elementos ou todos eles). É um tratamento que visa recuperar mastigação, estética e fonética do paciente com um prognóstico muito favorável e duradouro, porém tende a ser um pouco mais caro.

O implante tem as suas vantagens, mas é necessário que exista uma estrutura de maxilar forte e útil, para que o parafuso seja instalado e obtenha sucesso no tratamento.

Já a prótese, é uma estrutura com uma proposta mais “removível”, cujo objetivo é auxiliar na fala, na mastigação, além de trazer um conforto estético aos pacientes, especialmente em áreas em que a falta do dente é fácil de observar por outras pessoas. 

Em especial, pessoas mais jovens, a prótese é menos vantajosa, por não trazer a mesma confiança, capacidade mastigatória e estética que o implante. E como este grupo, geralmente, tem um maxilar mais forte, o implante acaba sendo mais vantajoso.

Percebemos um crescimento na divulgação dos implantes nos últimos anos. A que você atribui esse avanço?
Dr Rodrigo Calegario: Os implantes dentários vêm ficando com preço mais acessível nos últimos anos devido a produção nacional de ótima qualidade, que antigamente nós não tínhamos. Então o preço era baseado em dólar.

Também, com o isolamento social devido a COVID, a população conseguiu poupar mais e destinar recursos para repor os dentes perdidos. A demanda estava represada há tempos, já que de acordo com pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), realizada em 2018, 39 milhões de brasileiros necessitam de reabilitação oral e de algum tipo de prótese dental, seja parcial ou total. Além disso, segundo o Ministério da Saúde, aos 28 anos de idade, em média, os brasileiros já perderam cinco dos 32 dentes e, acima dos 60 anos, 41,5% da população está completamente desdentada.

O segmento de implantes dentários vivencia um crescimento histórico. O boom é explicado, em grande parte, pelo maior estresse e ansiedade causados pelo novo coronavírus que, praticamente, dobrou os casos de bruxismo e dentes quebrados. O fenômeno foi relatado por cirurgiões-dentistas de todo o mundo e noticiado pelo jornal americano The New York Times, em 2020.

Além disso, no Brasil, por exemplo, o fator financeiro e o período de home office também ajudaram a impulsionar as cirurgias de implante. Segundo pesquisa recente (2021) feita pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), a redução de gastos com lazer e turismo foi a principal contribuição para a formação de poupança. "Com menos gastos com restaurantes, viagens e lazer, a população está conseguindo ter uma folga maior no orçamento para recorrer ao procedimento".

Quando o implante é a melhor opção?
Dr Rodrigo Calegario: O implante dentário é a opção mais recomendada pelos dentistas quando se trata da reabilitação de um dente ou todos os elementos perdidos. Além de ser um procedimento seguro e rápido, quando feito por um profissional habilitado, a técnica também garante mais conforto e comodidade ao paciente.

A diferença entre prótese e implante também está na indicação de cada tratamento. Assim, quem sabe qual é a melhor opção para o seu caso é o dentista, pois esse profissional entende da composição bucal da pessoa e da capacidade de a estrutura suportar um implante ou uma prótese.

Por isso, não deixe de consultar um profissional para ele fazer a análise correta e indicar a solução ideal para o seu caso.

Como é feito o implante?
Dr Rodrigo Calegario:  PRIMEIRA FASE - O implante é realizado em um ou mais de um procedimento cirúrgico, onde é instalada a quantidade de parafusos de implante necessária para aquele tratamento em específico, que foi planejado pelo cirurgião com sua equipe que vai executar o trabalho.

SEGUNDA FASE – É a fase protética, onde o profissional vai confeccionar a prótese do paciente, podendo ela ser unitária, parcial ou total. 

Como é a recuperação?
Dr Rodrigo Calegario:
O período pós-operatório do implante dentário é bastante parecido com o de outras cirurgias odontológicas, quando se trata de sensações de inchaço, dor e até pequeno sangramento. Desde que suportáveis, essas sensações são normais e devem desaparecer em cerca de três dias.

Esses desconfortos são esperados após o procedimento e é fundamental ter alguém por perto para ajudar nas tarefas. Além disso, os dias iniciais são essenciais para estabilizar o coágulo sanguíneo, que é muito importante para um bom resultado pós-operatório. 

O repouso é imprescindível para prevenir inchaços, infecções, dores e hemorragias.

Quais são os exames indicados?
Dr Rodrigo Calegario: Hoje em dia considera-se que a tomografia computadorizada é um exame obrigatório para a realização de implantes dentários. Ela auxilia ao cirurgião dentista no planejamento dos implantes, informando sobre o volume ósseo que o paciente possui na região alveolar.  É um exame radiográfico de grande confiabilidade e bastante útil na odontologia, principalmente para o planejamento de implantes dentários. 

Podemos pedir também exames laboratoriais para identificar algumas patologias como hemograma completo, glicemia, coagulograma, sódio, potássio, uréia, creatinina, atividade de protrombina.

Em alguns casos de doenças pré-existentes e pacientes maiores de 50 anos podem ser solicitados uma consulta ao cardiologista para uma avaliação de risco cirúrgico. 

Há alguma contraindicação? Quem não pode fazer implantes?
Dr Rodrigo Calegario: FALTA DE HIGIENE ORAL

Após o procedimento, os cuidados com a escovação e a limpeza em geral devem ser constantes. Com o implante, os riscos de uma infecção ou periodontite são maiores. Em uma situação assim, o aconselhável é o paciente conseguir mudar os seus hábitos primeiro.

AUSÊNCIA DE ESPAÇO
O implante é fixado no osso, no espaço entre dois dentes. Se não há espaço suficiente para a instalação do implante e da coroa de protética, é conveniente pensar em outras alternativas, como o tratamento ortodôntico prévio, para a criação de um espaço adequado para a reabilitação.

IDADE INSUFICIENTE
Por estarem ainda em fase de crescimento, a estrutura óssea dos jovens ainda não está apta a esse tipo de tratamento com implantes dentários. Isso ocorre devido as alterações de posição ocasionadas pelo crescimento ósseo dos maxilares, sendo necessário aguardar o término do crescimento, que ocorre por volta dos 17 anos de idade, para iniciar o tratamento.

DIABETES DESCUIDADA
Quando a diabetes não está controlada, a pessoa tende a ter problemas com a cicatrização. Isso pode prejudicar o pós-operatório, causando transtornos ainda maiores como a perda do implante. Porém, quando a doença está controlada, não há impedimentos para a realização do tratamento.

TABAGISMO
Nem todo fumante está proibido de passar por um tratamento com implantes dentários. Depende da quantidade de cigarros que fuma por dia, dos resultados de seus exames e de como serão os cuidados com a higiene. Na maioria das vezes, em qualquer cirurgia oral, a pessoa precisa ficar alguns dias sem fumar.

TUMORES
Durante a fase de tratamento de um tumor, a pessoa pode ficar muito debilitada, o que é desaconselhável para uma cirurgia assim. Após, o dentista pode avaliar a situação, pois cada caso é único.

OSTEOPOROSE
Nem todos que apresentam essa condição estão inaptos ao tratamento, mas o profissional precisa fazer uma investigação inicial mais cuidadosa para fazer um correto diagnóstico e plano de tratamento.

Existem ainda outras patologias que podem impedir momentaneamente o procedimento, como hipertensão, doenças do coração, infecções de qualquer espécie. Cada uma delas interfere durante a cirurgia ou oferece chance de causar um transtorno posterior.

Antes de fazer os implantes dentários, é muito importante que a pessoa procure uma clínica especializada, de total confiança, com o interesse de apurar com prudência a sua condição real e todos os possíveis riscos, ou avaliar se está dentro dessas contraindicações.

Serviço 
Dr Rodrigo Z. Calegario - CRO-ES 4819
Implantodontista
Instagram: @dr.rodrigocalegario