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26-01 - Bate-papo com Dentista: harmonização orofacial

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A Harmonização Orofacial (HOF) viralizou e, por isso, os procedimentos estéticos faciais estão em alta. Com isso é possível modelar um rosto, mudar a feição, a aparência, principalmente quando a face é pouco definida e o rosto é muito “redondo”. Moysés Netto, cirurgião dentista da Nobre Odontologia, doutor em ciências da saúde pela Fiocruz e pós-graduado em harmonização orofacial, explica que muitos homens têm recorrido a esses procedimentos em busca de um rosto mais marcante. 

Esse conceito de “padrão de beleza” masculina surgiu em que momento?
Há 20 anos, importantes pesquisadores do comportamento humano e saúde já apontavam para as mudanças entre as fronteiras de gênero. Percebo que a identidade masculina sempre esteve fortemente construída a partir da negação. Sim, negando atributos que estivessem relacionados à mulher, à criança ou ao homossexual. O mais constrangedor nisso tudo era para aquele homem que se considera (de alguma maneira) fora do padrão dominante de masculinidade, e muitos demonstravam medo de serem vistos como homossexuais. Gosto de lembrar também que esse conceito não é de agora. Ele veio dos primitivos. O modelo de rosto retangular e a impressão de força e poder que ele dá, está ligado ao nosso cognitivo primata de uma época em que tínhamos as mandíbulas mais desenvolvidas, pois comíamos basicamente carne. Hoje a comida mais processada requer menor ativação e força dos músculos mandibulares, o que tornou as nossas feições mais ovais e/ou redondas, características que nos deixavam com aspecto mais infantil e com menor empoderamento.

Você defende que existe um padrão de beleza facial. Pode explicar isso?
Sim, ele existe. E graças ao ácido hialurônico que é 100% biocompatível, pois o nosso corpo produz, temos a possibilidade de dar volume e moldar a maçã do rosto, queixo, o ângulo da mandíbula e deixar mais definido o contorno do rosto.

A procura pelos homens por esses procedimentos tem aumentado. Por quê?
Apesar de achar que ainda exista preconceito, muitos homens querem se sentir melhor, querem passar uma boa impressão com a imagem e os procedimentos contribuem para esse objetivo. Uma mandíbula bem marcada passa a sensação de confiança e autoridade, por exemplo. Já um queixo com menos projeção pode passar a ideia de uma pessoa tímida.

Você acha que homens estão vencendo o preconceito e quebrando paradigmas?
Acho sim que ainda exista preconceito com o homem que se cuida. Aliás, se um homem cuida do corpo, treina, malha, pratica esporte e tem um físico invejável, isso não lhe afeta a masculinidade. Mas, percebe que se um homem cuida da pele, do cabelo, é adepto a intervenções de beleza isso pode lhe trazer uma ou outra crítica, como se tais intervenções não fossem coisas para um homem de verdade. Contudo, felizmente, as lutas por liberdade de expressão, as mudanças de valores, a necessidade da autoestima para que o homem viva melhor, as “cobranças” do mundo do trabalho por pessoas com aspectos saudáveis, têm contribuído para essa quebra de paradigma. 

Dr Moysés Netto - CRO 3065
Instagram @moysesnetto / @nobreesteticaorofacial